Equipe do Centro Obstétrico da Santa Casa de Campo Grande realizou um parto cesariano de uma paciente alérgica ao látex. Para atender ao caso houve uma readequação na sala de parto que foi esterilizada e os insumos e materiais usados foram todos substituídos por outros feitos de silicone para que o parto acontecesse sem intercorrências.
A alergia ao látex pode ser caracterizada como uma reação imunológica a determinadas proteínas da borracha. O crescente número de ocorrências deste evento emerge no cenário da saúde como um problema de grande relevância, sendo considerada a segunda causa de anafilaxia (reação alérgica aguda e grave) na área anestésico-cirúrgica, as quais podem ser fatais.
De acordo com o médico anestesista, Dr. Luiz Gustavo Orlandi de Sousa, há toda uma programação para atender este tipo de paciente, envolvendo toda equipe multiprofissional por meio de um protocolo. “Por conta das demandas destes tipos de pacientes, houve a elaboração de um protocolo que norteia essa prática, afim de obter uma rotina padronizada, possibilitando a assistência segura e isenta de eventos adversos nesta população”, comenta.
A atenção para estes pacientes acontecem desde sua admissão no centro cirúrgico até a saída da recuperação anestésica e ser encaminhado para a enfermaria. O látex está presente na fabricação de diversos produtos utilizados no hospital, tais como máscaras faciais, sondas vesicais, torniquetes, seringas e êmbolos, “equipos” de infusão venosa, eletrodos, circuito de anestesia, bolsas de ventilação, drenos, entre outros. Este contato direto com a pele e mucosas por meio de inalação, ingestão, via parenteral ou inoculação por ferimentos, expõe e pode sensibilizar o indivíduo provocando a reação anafilática.
A equipe responsável pelo procedimento foi o médico obstetra, Dr. Manoel Cordeiro, a médica pediatra, Dr. Laiane Stephan Soares, o médico anestesista, Dr. Luiz Gustavo Orlandi de Sousa, o acadêmico de medicina, João Luiz Fregonezi, sob a coordenação do médico responsável pelo centro obstétrico da Santa Casa, Dr. Márcio Rezende, em conjunto com líder de enfermagem, Maressa Siqueira.
Primeiro procedimento
No mês de julho deste ano um outro procedimento deste tipo foi realizado no hospital. Desta vez um adolescente de 13 anos passou por uma cirurgia plástica de ressecção de “tumoração” em couro cabeludo, otoplástia, ressecção de cicatrizes e tratamento de sindactilia. Nesta ocasião o procedimento aconteceu no próprio centro cirúrgico da Santa Casa, em que os mesmos cuidados foram tomados.