Depois da repercussão negativa da ‘miserável’ proposta de “aumento” salarial de apenas R$ 4,95 aos empregados em supermercados de Campo Grande, os empresários do setor apresentaram nova proposta, de metade do INPC acumulado nos 12 meses que antecedem o dia 1º de abril, data base da categoria. Entretanto, essa proposta também foi recusada pelos empregados, que querem a reposição integral das perdas para a inflação (em torno de 6%) e mais 1% de ganho real.
Essa decisão dos trabalhadores foi tomada na segunda-feira, durante a segunda rodada de negociação com a classe patronal. De acordo com Idelmar da Mota Lima, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande – SECCG, essa decisão de não abrir mão do acumulado da inflação, já havia sido tomada pelos empregados durante assembleia geral na sexta-feira na sede do sindicato.
Diante da recusa de sua proposta de metade do INPC, os donos de supermercados, por intermédio de sua entidade, a Amas – Associação Sul-mato-grossense de Supermercados, pediu prazo para reunir seus associados, em assembleia geral, para reavaliar a posição dos empregados de não abrir mão da reposição de todas as perdas para a inflação e mais um ganho real.
Além disso, os empregados, segundo Nelson Benitez, vice-presidente do SECCG, não abrem mão também de nenhuma conquista que faz parte da Convenção Coletiva de Trabalho anterior. “Não estamos aqui para regredir e sim para avançar, em respeito aos trabalhadores e seus familiares, que são grandes responsáveis pelo sucesso dos negócios dos supermercados”, afirmou.
Acompanhado do assessor jurídico Cláudio Guimarães, a diretoria do Sindicato dos Comerciários de Campo Grande apresentou documentos que comprovam o super faturamento dos supermercados não só este ano como também durante todo o ano passado. “Esses empresários precisam entender e se conscientizar de que os tempos hoje são outros. Os trabalhadores estão sempre muito bem informados e é preciso valorizar o seu trabalho, com salários dignos e condições de trabalho decente. O empresariado não pode pensar em faturar sozinho é preciso dividir, em respeito às famílias e de uma sociedade mais justa e humanitária”, argumentou.
Os comerciários também se reúnem nesta quarta-feira(12) às 19 horas para avaliar o andamento das negociações com a classe patronal. A assembleia geral da categoria será na sede do SECCG, na Rua Fernando Augusto Correa da Costa, 33, Jardim América.