A prefeitura de Campo Grande diz que vai preencher 140 vagas abertas para médicos na Rede Municipal com chamada de concursados e convocados para início imediato, segundo informou o secretário Municipal de Saúde Marcelo Vilella no quadro do MSTV 1ª Edição “A cidade que eu quero: 100 dias de governo”.
“A contratação no sistema público não é uma contratação rápida, tem que cumprir várias burocracias, mas eles já estão atendendo, já estão ocupando seus cargos, é uma questão de tempo, nós vamos chamar pelo menos uns 140 médicos agora de convocados e concursados para ocupar os postos vagos”, afirmou o secretário.
Na capital, há 76 pediatras atendendo e o déficit, segundo a prefeitura, é de 234 profissionais, mais de 150 na urgência e emergência. Para amenizar o problema, o município convocou 63 médicos, aprovados no concurso de 2013. Do total, 14 são pediatras. Eles têm até esta semana para se apresentarem.
Os 100 primeiros dias de governo mostraram que ainda há muitos desafios na Saúde a serem enfrentados pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD). Além da falta de médicos em unidades de saúde, a população enfrenta falta de medicamentos na rede pública, faltas de leitos e riscos de dengue entre as 57 obras paradas na capital sul-mato-grossense paradas por causa de mato alto.
Segundo o Conselho Municipal de Saúde, desde o início do ano, tem sido comum que pacientes fiquem internados por mais de 24 horas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), à espera de uma vaga nos hospitais.
O levantamento mais recente, feito pela Secretaria de Saúde mostra que no dia 11 de abril, 20 pacientes estavam internados na rede de urgência. O Ministério Público Estadual acompanha esse assunto há pelo menos três ano, abriu investigações sobre a falta de leitos e recorreu à Justiça para que pacientes não fiquem mais de 24 horas internados em UPAs.
Na época, o MPE calculou que faltam 816 leitos comuns e 81 leitos de Unidade de Terapia Intensiva na capital.
A falta de remédios também é um problema para quem recorre à saúde pública. Segundo o município, até julho, 90% dos remédios e materiais médicos devem ser adquiridos. O problema foi a licitação que não foi feita pela gestão anterior.
“Na verdade, o serviço público é um desafio para a gestão pelo subfinanciamento que existe na saúde pública”, disse Marcelo Vilella.
A prefeitura retomou, neste mês, as gratificações para pediatras que trabalharem de manhã e à tarde, períodos em que mais falta o especialista na rede pública. Os valores das gratificações variam de R$ 80 a R$ 300. Apesar de ser um pedido da categoria, a classe diz que ainda falta muito para tornar mais atrativo o serviço público.
“O médico no município, o que a gente pode oferecer aos médicos é a melhora do trabalho deles, principalmente nas UPAs, para melhor acolher esse profissional e dar um melhor atendimento à população. A gente percebe que é isso que os médicos lutam, principalmente com as condições de trabalho”, disse o secretário.
Por fim, o secretário afirmou que em dois meses deve limpar os terrenos das obras paradas para evitar que virem criadouros do mosquito da dengue.
G1 MS