O Conselho Gestor do Fundo de Defesa e Reparação de Interesses Difusos e Lesados (Funles) aprovou a destinação de recursos no valor de R$ 257 mil para custear a elaboração de projeto executivo de restauração do antigo Castelinho de Ponta Porã, prédio histórico erguido no início do século passado, que apesar do elevado valor cultural está quase em ruínas. O projeto executivo é o primeiro passo para as obras de restauração do prédio que vão transformá-lo em um museu para guardar a história da fronteira.
O pleito de recursos foi apresentado pelo próprio secretário de Estado da Cultura e Cidadania, Athayde Nery, durante a reunião do Confunles (Conselho do Funles) realizada na tarde desta quarta-feira (28), na Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). “O Conselho entendeu que era salutar, tem mérito dada a importância para o patrimônio histórico do Estado, e aprovou o aporte desses recursos para elaborar o projeto”, disse o secretário Jaime Verruck, da Semagro, que preside o Confunles.
O prédio
O Castelinho foi construído em meados da década de 1920, conforme registros fotográficos de então, custeado pela companhia Matte Laranjeira, a poderosa empresa que era proprietária de praticamente toda região de fronteira com o Paraguai. Em estilo europeu, seguia a linha dos prédios públicos do Brasil Império e tinha a pretensão de simbolizar o poder com sua arquitetura imponente para a época e o lugar. Era a base governamental na fronteira e mais virou sede do Território Federal de Ponta Porã, criado no governo de Getúlio Vargas. Findo o Território Federal, abrigou a cadeia pública e depois a Polícia Militar até ser abandonado no início dos anos 1990. Foi tombado como Patrimônio Histórico Municipal e Estadual e a partir daí iniciou-se um movimento cobrando sua restauração.
A intenção do governo do Estado é restaurar completamente o prédio, que tem área total de 486,45 metros quadrados (incluindo o pavimento térreo e o mezanino) e construir um anexo de 1.098 metros quadrados para abrigar o museu histórico da fronteira. Athayde Nery está seguro que, com a elaboração do projeto executivo, será mais fácil captar os recursos necessários para custear as obras.