Lideranças sindicais de Mato Grosso do Sul, que integram o Comitê Estadual Contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista, formada pelas centrais (Força Sindical, CUT, CSB, CTB, NCST, UGT, CGTB, CSP Conlutas e Intersindical), sindicatos e federações, acusam o deputado federal Elizeu Dionízio (PSDB) de tentar criminalizar o ato político ocorrido no dia 28 de março no Aeroporto Internacional de Campo Grande, quando o parlamentar foi “recepcionado” por um grupo de manifestantes que cobravam duro uma posição dele com relação às reformas.
“Não houve agressão alguma ao parlamentar, que já chegou escoltado por seguranças”, explica Ricardo Bueno, presidente do Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul) um dos intimados pelo 6º Departamento de Polícia da Capital, para depor sobre a acusação de agressão, registrada pelo parlamentar.
Além de Bueno, outros dois sindicalistas também foram intimados. Todos eles compareceram ontem perante o delegado Edemilson Holler, mas se reservaram no direito de manterem-se calados diante da inquirição.
Os sindicalistas vão procurar levar o processo para a esfera do Ministério Público Federal, considerando que processo envolvendo o parlamentar só pode transcorrer nessa esfera. Eles (sindicalistas) não tem dúvida de que ficará provado que Elizeu Dionízio se aproveitou da manifestação pública para tirar proveito político, fazendo-se de vítima. Eles garantem também que a justiça chegará a essa conclusão, pois existem vídeos que comprovam isso.
Membros do Comitê Estadual Contra as Reformas Trabalhista e Previdenciária de Mato Grosso do Sul garantem que as manifestações vão continuar, sem agressão, como vêm fazendo até agora, mas, cobrando duro de todos os deputados federais e senadores, para que votem de acordo com a vontade popular e não como eles bem entendem ou procurando satisfazer o empresariado.
Elvio Vargas, um dos membros do Comitê, teceu duras críticas ao deputado Elizeu Dionízio, por tentar calar a voz do povo, desrespeitando a liberdade de expressão e manifestação das pessoas. “O país está atravessando um período muito crítico, pois estamos na iminência de aprovar medidas que vão mudar a vida de todos os trabalhadores e em todo o Brasil. E são mudanças nada positivas. São mudanças que vêm para aniquilar a vida dos trabalhadores, acabando com seus direitos e colocando-os a um regime de semi escravidão no Brasil”, afirmou o sindicalista alegando que por conta disso o movimento sindical brasileiro não pode e não vai ficar calado diante de tamanha ameaça. “Vamos continuar nos manifestando e no dia 28 de abril, vamos parar este país para demonstrar a indinação do povo brasileiro com o rumo que as nossas autoridades estão querendo dar ao país”, criticou.
ACORDA MATO GROSSO DO SUL – Antônio César Amaral Medina, coordenador geral do Sindjufe/MS (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal e Ministério Público da União em Mato Grosso do Sul) disse que o momento político que o país atravessa é tão grave e tão grande e que o povo sul-mato-grossense e brasileiro em geral, ainda não se deu conta disso. “As pessoas precisam saber o que está acontecendo e tomar a decisão de ir para as ruas somar forças com as outras pessoas para impedir essa chuva de medidas que podem levar as famílias brasileiras para uma situação econômica e social muito mais difícil”, argumentou.
José Lucas da Silva, coordenador da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) também apela para que a população acorde e vá para as ruas protestar contra as ameaças que pairam sobre a cabeça de todos. “As reformas Previdenciária e Trabalhista são altamente nocivas às famílias, aos trabalhadores de ponta a ponta deste país. Isto sem contar com outras mazelas como a terceirização que começa a se espalhar como um câncer pelo país. Esse é outro problema seríssimo que se instalou no país”, afirmou.
Weberton Sudário, presidente da Fetricom/MS (Fed. dos Trab. nas Ind. da Construção Civil de MS) pede para que as pessoas comecem a se organizar e ajudar a levar o maior número possível de pessoas para as ruas no dia 28 de abril, o dia da greve geral em todo o País. “Se não mostrarmos a força do povo nesse dia, essas reformas, que prejudicam a todos, certamente vão passar e depois, não adianta chorar”, afirmou.
Idelmar da Mota Lima, coordenador da Força Sindical; Genilson Duarte, da CUT/MS; Ricardo Froes, da CTB e as demais lideranças das centrais: NCST, UGT, CGTB, CSP Conlutas e Intersindical, também apelam à população e aos trabalhadores ligados aos sindicatos e federações que representam, para que reforcem a luta contra as reformas, apoiando as manifestações públicas como essa do dia 28 de abril, quando o país inteiro vai se levantar para dizer Não! às reformas.