O ano de 2017 foi bastante tumultuado para o Brasil. Escândalos de corrupção e medidas de austeridade adotadas pelo governo marcaram a vida de milhões de brasileiros, com a maioria deles demonstrando grande insatisfação com o cenário desenhado pelo presidente Michel Temer e outros nomes de destaque da política nacional.
Grande parte da revolta popular evidenciada nos últimos meses pode ser atribuída, sem dúvidas, às polêmicas reformas trabalhista e da Previdência. A primeira, aprovada em julho, entrou em vigor no início do mês passado, apesar dos protestos de sindicalistas e trabalhadores em geral.
Defendida pelo Planalto como uma mudança necessária para modernizar o mercado brasileiro, a alteração nas relações de emprego trouxe novas diretrizes para mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criando duas modalidades de contratação: trabalho intermitente (por jornada ou hora de serviço) e teletrabalho, o trabalho a distância. Apesar de trazer respostas a mudanças ocorridas no mercado de trabalho nos últimos anos, a maneira como essa reforma foi feita despertou inquietação, já que, segundo os críticos, a flexibilização tão exaltada pelo governo não traz, na prática, benefícios para os trabalhadores.
Em 11 de novembro, por ocasião da entrada em vigor da nova legislação, o presidente Temer fez um discurso afirmando que a mudança ampliará os horizontes tanto para quem procura emprego quanto para quem já está empregado. Segundo ele, ao contrário do que afirma a oposição, a nova lei vai justamente assegurar os direitos para um número maior de trabalhadores.